-SERVAMARA-
São minhas as borboletas azuis; eu as chamo mentalmente, o meu sorriso as atrai; e elas esvoaçam sobre mim, e me trazem as boas recordações; recordações intactas que trago dentro de mim; e só eu tenho este poder de trazê-las para perto de mim, tirá-las de um lugar longínquo do meu passado, para me encantarem novamente!
Perto delas, sou a criança que brinca, sonho com os lugares que quero conhecer, me deleitar; os caminhos que ainda estão intactos, basta o meu passinho e estou lá, a desvendar, realizar; os amigos estão disponíveis a encontrar, amar!
O tempo pára no meu olhar a mirar, se encantar...neste momento...tenho em minhas mãos as borboletas azuis, para relembrar, reviver os momentos que foram levados pelo vento...pelo tempo algoz, que não se detém mais nos sonhos da menina que ficou a suspirar, devanear...
Os sulcos transparecem na minha face, só as borboletas trazem de volta a face rosada, lisinha, sorridente, da menina que eu fui; as minhas mãos antes tão agéis, agora, tateiam , tentando conter as borboletas que querem voar...
A borboleta conta momentos e não meses, e tem tempo de sobra. Rabindranath Tagore
A BORBOLETA AZUL
Havia um viúvo que morava com suas duas filhas curiosas e inteligentes.
As meninas sempre lhe faziam muitas perguntas.
Algumas ele sabia responder, outras não.
Como pretendia oferecer a elas a melhor educação, mandou-as passar férias com um sábio que morava no alto de uma colina.
O sábio sempre respondia todas as perguntas sem hesitar.
Impacientes, as meninas resolveram inventar uma pergunta que ele não saberia responder.
Então, uma delas apareceu com uma linda borboleta azul que usaria para pregar uma peça no sábio.
— O que você vai fazer? - perguntou a irmã.
Então, uma delas apareceu com uma linda borboleta azul que usaria para pregar uma peça no sábio.
— O que você vai fazer? - perguntou a irmã.
— Vou esconder a borboleta em minhas mãos e perguntar se ela está viva ou morta.
— Se ele disser que ela está morta, vou abrir minhas mãos e deixá-la voar.
Se ele disser que ela está viva, vou apertá-la e esmagá-la.
E assim qualquer resposta que o sábio nos der estará errada!
As duas meninas foram então ao encontro do sábio, que estava meditando.
— Tenho aqui uma borboleta azul. Diga-me sábio, ela está viva ou morta?
Calmamente o sábio sorriu e respondeu:
— Depende de você... Ela está em suas mãos.
(Autor desconhecido)
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