sexta-feira, 21 de outubro de 2016

A MINHA TRISTEZA É A TUA FACE ENTRISTECIDA, CAPTADA EM MEU MEU OLHAR, ONTEM...

 
 

 
 
Espero que, a minha tristeza não seja uma ponte extensa que nos separe; e sim, a ponte que nos una, possibilitando o verdadeiro encontro, a genuína compaixão legada ao próximo na hora da dor.
 
Tristeza não é como a lepra que provoca afastamento, preconceito, repúdio; mas quem age assim, tem um coração muito mais doente do que uma pessoa que sofre por  qualquer forma de discriminação, por causa das doenças físicas ou das doenças da alma, inclusive de ser uma pessoa triste, em virtude das dores, das perdas dos entes amados, das tribulações, etc. 
 
 
 
''Sou sempre grato ao amigo que observa que a tristeza isola. Ele não quer dizer que eu, por estar triste, estou isolado dos que estão felizes. Ele afirma também que compartilhar a tristeza isola os partícipes uns dos outros. Mas unidos na tristeza, nós nos entristecemos de forma diferente. Como cada morte tem sua própria característica, assim também cada tristeza em torno da morte é peculiar. A dinâmica da tristeza de cada pessoa deve ter a liberdade de ser expressada sem ser julgada. Eu acho estranho que você esteja triste hoje, mas não estivesse ontem, já que as minhas lágrimas se derramaram ontem. Mas a minha tristeza não é a sua tristeza.
 
Eu tenho de lutar tanto para reconquistar a vida, que não consigo chegar aonde você está. Nem você, aonde estou. Alguém que não esteja triste deve vir até nós dois. É quando as pessoas estão felizes dizem: ''Vamos ficar juntos''.
 
 (Extraído do Livro: Lamento -- A fé em meio ao sofrimento e à morte - nicholas Wolterstorff, p. 57)
 
 
 
 
 
 




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