Soneto do amor como um rio
Montevidéu
Vinícius de Moraes
Este infinito amor de um ano faz
Que é maior do que o tempo e do que tudo
Este amor que é real, e que, contudo
Eu já não cria que existisse mais.
Este amor que surgiu insuspeitado
E que dentro do drama fez-se em paz
Este amor que é o túmulo onde jaz
Meu corpo para sempre sepultado.
Este amor meu é como um rio; um rio
Noturno interminável e tardio
A deslizar macio pelo ermo
E que em seu curso sideral me leva
Iluminado de paixão na treva
Para o espaço sem fim de um mar sem termo.
Que é maior do que o tempo e do que tudo
Este amor que é real, e que, contudo
Eu já não cria que existisse mais.
Este amor que surgiu insuspeitado
E que dentro do drama fez-se em paz
Este amor que é o túmulo onde jaz
Meu corpo para sempre sepultado.
Este amor meu é como um rio; um rio
Noturno interminável e tardio
A deslizar macio pelo ermo
E que em seu curso sideral me leva
Iluminado de paixão na treva
Para o espaço sem fim de um mar sem termo.
-SERVAMARA-
Diante do rio, a mulher fica a observar, a meditar...
O amor é caudaloso , como um rio, que segue em frente...
Mesmo diante dos obstáculos a lhe atravancar;
Ele insiste em navegar, e a mulher o imita, e persevera em amar!
O rio se embeleza com os reflexos dourados do sol;
A mulher se enfeita com as flores campestres, pra seu amado, quando vê-la, se achegar, cheirar, afagar!
Declina a tarde, a noite reina soberana, a negritude cobre o rio, e ele silencioso adormece, no seu doce ondular...
A mulher, boceja, cochila...
O seu amado tarda, mas com passos silenciosos, chega, e na penumbra, fica a observá-la;
A sombra da mulher deitada, dormindo, cintila no rio, ambos coexistem , no seu olhar, a lhes fitar, admirar!
Amor é como um rio, depende do olhar do observador, a enamorar, devanear!
Amor jamais acaba...
Perdura na eternidade!
Assim como um rio desemboca na infinitude do mar!
Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
O amor nunca falha; 1 Co 13:7-8
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