Tentativa de ser o sol para brilhar, dourar e aquecer; mas fui a torrencial chuva, ao me derramar em lágrimas e lamentos.
Tentativa de ser a brisa suave e refrescante; entretanto fui o vendaval intempestivo e renitente.
Tentativa de ser o afago, acalento; todavia fui a mão que tateou no vazio das impossibilidades.
Tentativa de ser a rosa que perfumava o jardim; contudo fui o espinho que se revelou no atrito e na ferida exposta e dolorosa.
Tentativa de ser a janela, um novo horizonte que se descortinava; porém fui o pássaro engaiolado que levemente balançava as asas sem voar.
Tentativa de ser o porto, partida; no entanto fui o quarto fechado no universo ilimitado dos meus sonhos.
Tentativa de ser amada verdadeiramente; obstante fui a sonhadora repudiada enclausurada na torre inacessível da solidão.
Retrospectiva: Tentativas malogradas!
''Em nossas loucas tentativas, renunciamos ao que somos pelo que esperamos ser''
(William Shakespeare)
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