Poucos dias nos separam de um novo ano, e nesta época, geralmente resolvemos fazer um grande faxina em nossas casas. Deixando tudo limpo, tudo organizado para as confraternizações familiares, e também aproveitamos para nos desfazer de inúmeras coisas que não nos servem mais, que só acumulam pó, sujeira (caixas de papelões, jornais, revistas, extratos bancários, faturas de cartões, papéis diversos, etc). E aproveitamos essa ocasião para separarmos roupas, sapatos, para doarmos para pessoas carentes, instituições de caridade.
Me lembro das palavras de minha querida mãe, uma exímia dona de casa, que sempre falava e me alertava...''Se você quer que a sua casa fique limpa e bem arrumada, comece a faxina pelos quartos, depois os banheiros, a cozinha e a área de serviço, e por último, a sala de visita''. E sempre, na prática, comprovei as suas sábias palavras, sugestões. A faxina ficava impecável.
Então comecei a pensar...que é louvável, nós arrumarmos nossa casa, fazermos uma faxina nela; entretanto o mais importante e imprescindível é fazermos uma faxina na nossa alma...
Começando pelo meu quarto, quantos momentos prazerosos vividos lendo a Bíblia e outros livros correlacionados com a Palavra de Deus; quantos orações, clamores, quantas lágrimas derramadas, quantas palavras escritas nos meus diários.
Afinal o quê me entristeceu ao ponto de eu derramar copiosas lágrimas? Tenho de descobrir as razões e tentar expurgar para bem longe de mim...assim como, expurgo os lixos dos banheiros e da cozinha, e limpo as poeiras dos móveis e dos guarda-roupas.
Limpando as janelas do meu apto, olhando o mar, quantas vezes, agradeci a Deus, por estar viva e gozar de tal benesse de ter olhos para enxergar tão estupenda paisagem. Olhar o céu, e ao alcance das minhas mãos, brincar com as nuvens, algodões disponíveis, para salpicarem, não, pós de arroz, mas os sonhos translúcidos e coloridos na minha face e na minha imaginação de criança sonhadora e sapeca!
Quantas inspirações sobrevindas apenas eu lavando as louças, cortando as verduras, as frutas; as saladas de frutas preparadas sendo regadas pela doçura do marshmalhow, das palavras reveladas gratuitamente pelo Espírito Santo.
Não espanei as poeiras (pelos) do amor espalhadas por todos os lugares-- a presença do meu dileto e preciosíssimo gatinho que deixa as marcas de sua presença encantada revelada!
Limpei, com esmero e cuidado, os meus álbuns de retratos, guardei e fechei a sete chaves as recordações; pois ninguém as pode roubar de mim. Como meu pai proferiu, uma certa vez,''não deixe que o vento do tempo leve o amor do seu pai''. Nunca permitirei que isso aconteça, meu amado pai que partiu!
Ah, o meu baú, que não tem dotes, mas tem potes repletos de ouro delineados pela minha persistente escrita nos meus inúmeros diários-- arco-íris-- sempre perene dos meus sonhos, sentimentos e inspirações.
Quantas vezes, neste ano, fiquei na sala de visita, ouvindo músicas, pensando, sonhando, transcendo ao aqui e agora; foram momentos prazerosos, intensos e tão marcantes.
As chaves balançam levemente penduradas na porta...me incentivando a sair, a viver, a passear...apenas um passo de mim, o meu mundo interior se expande lá fora ao eu girar uma simples chave...
Assim é a vida, assim é o ano novo que já está prenunciando a sua iminente chegada; tenho de deixar o meu apto arrumado, a minha alma limpa, purificada e livre, para receber o convidado mais ilustre e esperado: Jesus Cristo!
''Uma vez que Cristo olhou para mim, meu coração não é mais meu. Meu coração fugiu para o céu com ele''. (Samuel Rutheford)
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