''A criança, ainda se esconde, atrás do vidro da janela; sem refletir lá fora a sua verdadeira realidade''
A criança que habita em mim ainda chora, ainda se entristece, quando não é compreendida, nem muito menos consegue despertar a atenção, nem a compaixão de alguém; quando uma outra pessoa não a enxerga, a maltrata, a despreza, demonstrando o seu desafeto, a sua desatenção.
A criança que habita em mim ainda tem um vestido muito curto e pequeno para conter a vastidão, a imensidão de minha alma que almeja ser decifrada e revelada; não cabendo mais nas minhas antigas vestes rotas e surradas.
A criança que habita em mim ainda é pedinte, sem mão, apenas com um olhar, pedindo afeto, colo, abrigo e amizade.
A criança que habita em mim ainda sonha que o mundo pode ser diferente, que as pessoas podem se amar incondicionalmente umas as outras; basta apenas deixar eclodir a criança esquecida e renegada que habita em cada uma delas.
A criança que habita em mim, todos dias, ora, clama pedindo que a distância finalmente se acabe; que o meu sonho de infância aconteça realmente, pois ela jamais se esqueceu dele--olhando o céu, as estrelas, da janela do meu quarto, e enxergando Jesus Cristo de braços abertos, sorrindo pra mim; prenunciando que o Senhor jamais me deixaria só-- mas a criança impetuosa que habita em mim, não aceita, por que Ele demora tanto de voltar e me abraçar de novo???
Em outros braços, a criança que habita em mim, apenas quer treinar e aprimorar o seu amor, pois o amor é exercitado amando, praticando; ela sabe que é apenas um pequeno nuance, pequeno vislumbre da eternidade; aí sim a criança será plenamente feliz, pois não haverá mais distâncias, desencontros, dores, saudades, carências, nem mais esperas, nem adiamentos, nem mais mortes.
E Jesus, chamando um menino, o pôs no meio deles,
E qualquer que receber em meu nome um menino, tal como este, a mim me recebe. Mateus 18:2,5
Em verdade vos digo que, qualquer que não receber o reino de Deus como menino, não entrará nele. Lucas 18:17
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