terça-feira, 5 de julho de 2016

O MEU MAIOR DESAFIO...

 
 
 
 
E se, hoje, for meu último dia, for a minha última mensagem escrita e compartilhada; se for o meu último olhar legado ao meu próximo...
 
E se, agora, fosse o meu maior desafio, de apenas, em um olhar transmitir tudo o que sou --  a minha maior essência revelada no meu fitar, abocanhando, sem refluxo, intimamente uma outra alma.
 
Ah, e se o meu olhar pudesse convencê-lo a renunciar o seu olhar, por um instante, nesse momento de entrega, de compartilhamento, sem proteções, ou barreiras.
 
E se me fosse agraciada uma hora disponível, sendo concedida um olhar regado com lágrimas, compartilhando a minha dor, sem mais contender, disputar, vencer a batalha sem sentido.
 
E se em um minuto, a amizade eclodisse verdadeira -- se revelando num único olhar.
 
E se, em um derradeiro segundo, finalmente, nós nos olhássemos profundamente; e enxergássemos a face esplendorosa de Deus refletida em cada um de nós.
 
 
 
 
 
''As amizades duradouras não nascem sempre no momento em que você finalmente encontra outro ser humano que possui uma certa percepção (embora leve e incerta) daquilo que você nasceu desejando, e que, debaixo do fluxo de outros desejos e em todos os silêncios momentâneos entre as paixões articuladas, dia e noite, ano e ano, desde a infância até a velhice, você está procurando, observando, ouvindo? Você jamais teve isso. Tudo o que jamais profundamente a sua alma não passou de insinuações de mesmo -- vislumbres torturantes, promessas que não chegam a cumprir -se, e os que morreram no momento em que chegaram a seus ouvidos. Mas se viesse realmente a manifestar-se --se surgisse um eco que não morresse, mas se transformasse no próprio som. Você saberia. Além de toda impossibilidade de dúvida você diria: ''Aqui está finalmente a coisa para a qual fui feito". Não podemos falar uns aos outros sobre ela. É assinatura secreta de cada alma, o desejo incomunicável e insaciável, a coisa que desejamos antes de encontrar nossas esposas ou fazer nossos amigos ou escolher nosso trabalho, e que continuaremos desejando em nossos leitos de morte, quando a mente não mais conhece esposa, nem amigo, nem trabalho. Enquanto somos, ela é., Se a perdermos, perdermos tudo?''
 
(C. S. Lewis)
 
 
 
 
 
 
 
 

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