quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

DEI UMA TRÉGUA




''Dei uma trégua para mim mesma; dócil e submissa, fui enquadrada na régua do tempo determinado'.'


Dei uma trégua, um armistício benevolente entre a minha realidade e o meu sonho que me instigava a voar, sem ainda ter asas; a queda seria iminente, se eu não brecasse a minha impulsividade.
 
Dei uma trégua para aprender e aprimorar a lição antes de praticá-la na escola da vida.
 
Dei uma trégua a guerra íntima que era travada dentro de mim, que apenas queria avançar, tomar posse, delimitar o terreno--é meu, só meu!-- a paz, sem posse, foi o maior troféu que angariei!
 
Dei uma trégua para a profusão inesgotável de palavras, me aquietei e soube conviver harmoniosamente com a escassez diária de diálogo; o silêncio me cingiu como um escudo; ele me protegeu de minha própria eloquência.
 
Dei uma trégua a tristeza; a alegria me ornamentou de força para bailar, sem vacilar ou tropeçar, conforme a música entoada a qualquer momento.
 
Dei uma trégua de me olhar minuciosamente no espelho, a imagem congelada, não era mais um pássaro empalhado que me assustava.
 
Dei uma trégua  e fechei a janela, sem mais enxergar a chuva que jorrava profusamente lá fora, sem  irrigar o meu jardim!
 
Dei uma trégua e caminhei apenas mais uma légua numa guerra solitária sem vencedores!!!





 
 
 
 
 
 
 
 

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