segunda-feira, 11 de junho de 2012

COMO UM RIO

Soneto do amor como um rio

Montevidéu

Vinícius de Moraes



Este infinito amor de um ano faz
Que é maior do que o tempo e do que tudo
Este amor que é real, e que, contudo
Eu já não cria que existisse mais.

Este amor que surgiu insuspeitado
E que dentro do drama fez-se em paz
Este amor que é o túmulo onde jaz
Meu corpo para sempre sepultado.

Este amor meu é como um rio; um rio
Noturno interminável e tardio
A deslizar macio pelo ermo

E que em seu curso sideral me leva
Iluminado de paixão na treva
Para o espaço sem fim de um mar sem termo.



-SERVAMARA-


Diante do  rio, a mulher fica a  observar, a meditar...

O amor é caudaloso , como um rio, que segue em frente...

Mesmo diante dos obstáculos a lhe atravancar;

Ele insiste em navegar, e a mulher o imita, e persevera em amar!

O rio se embeleza com os reflexos dourados do sol;

A mulher se enfeita com as flores campestres, pra seu amado, quando vê-la, se achegar, cheirar, afagar!

Declina a tarde, a noite reina soberana, a negritude cobre o rio, e ele silencioso adormece, no seu doce ondular...

A mulher, boceja, cochila...

O seu amado tarda,  mas com passos silenciosos, chega, e na penumbra, fica a observá-la;

A sombra da mulher deitada, dormindo, cintila no rio, ambos coexistem , no seu olhar, a lhes fitar, admirar!

Amor é como um rio, depende do olhar do observador, a enamorar, devanear!

Amor jamais acaba...

Perdura na eternidade!

Assim como um rio desemboca na infinitude do mar!


Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.

O amor nunca falha; 1 Co 13:7-8













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